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Obrigada Jeff Bezos pela inspiração !

 

Semana passada, Jeff Bezos Fundador da Amazon e seu CEO , escreveu uma carta para seus  colaboradores anunciando sua saída.  A carta é muito interessante, mas o mais impactante na minha opinião foi a frase final:

 

“Continue inventando e não se desespere quando a princípio a ideia parecer maluca. Lembre-se de vagar. Deixe a curiosidade ser sua bússola. Continua sendo o Dia 1.

Jeff ”

 

Amei, adorei a simplicidade que ele escreve para seus colaboradores e a importância de suas palavras.  Fiquei empolgada ao ler, que o grande diferencial da Amazon é o estímulo a curiosidade e a “permissão” para abertura para novidades, aquilo que chamamos de “pensar fora da caixa. “

 

Deixe-se vagar significa pensar e viajar em suas ideias. Deixe a mágica acontecer. Somos seres imaginativos, criativos e perceptivos. Precisamos permitir   ousar, deixar o pensamento fluir e nossa intuição aflorar. Quantas vezes deixamos de lado uma ideia pois achamos muito louca. Quantas vezes criticamos as pessoas que trabalham com a gente por viajarem suas ideias.

 

Como a critica pessoal acaba com esse pensar fora da caixa.

Como a falta de tempo é a razão para não deixar rolar ideias e pensamentos.

Como gostamos de dizer que não temos tempo para brincadeiras, pois somos sérios e compenetrados em nossas demandas.

Se somos rígidos com nossas ideias e pensamentos, como poderemos criar, inovar, descobrir coisas?

 

Somente quem tem curiosidade aprende. Se me vejo dona da verdade ou se acho que sei tudo, nunca abrirei espaço para questionar, para a curiosidade e para o aprendizado.

 

Como professora universitária muitas vezes acreditei que deveria saber tudo da matéria, e morri de medo de uma pergunta que não soubesse responder. Hoje sei que preciso provocar a curiosidade, fazer as pessoas pensarem de forma diferente, pois dessa maneira elas irão apreender ( sim com dois es) irão reter conhecimento e farão descobertas.

 

Se tudo isso é fantástico e impacta profundamente o desenvolvimento das pessoas, como isso pode impactar as organizações?

 

Quantas empresas permitem que seus colaboradores tenham um tempo para vagar/pensar?

Quantas empresas realmente estimulam a criatividade de seu pessoal?

Quantas empresas tem uma cultura de aprendizado?

 

O caso Google talvez seja o mais conhecido e emblemático. Todos os colaboradores tem 20% do seu tempo disponível para pensar e desenvolver   projetos pessoais.  Desse tempo, o Google já colheu produtos como o Gmail  e AdSense.

 

Permitir a criatividade demanda espaço para aprender, para pensar e para vagar. Não entenda vagar como vagabundear, mas como deixar fluir, estar aberto, vazio para deixar entrar, receptivo.

 

Vagar para criar exige ambientes de segurança psicológico, onde uma ideia louca não seja motivo de chacota para seu criador. Demanda ter lideranças preparadas para entender e dar espaço para a imaginação das pessoas, permitindo a curiosidade, independente de metas, regras e padrões. É necessário preparação, motivação para um ambiente emocionalmente adequado, que permita o erro, que permita a ousadia.

 

Talvez um dos grandes dilemas das empresas atuais, é como se diferenciar no mercado? Como entregar seu produto de forma diferente e  inovadora?

Quanto estamos permitindo e estimulando a curiosidade das pessoas nas organizações?

 

A curiosidade leva aos novos aprendizados, novas ideias e estimula a criatividade.

Quem sempre faz as mesmas coisas, do mesmo jeito, não pode ter resultados diferentes, certo! ( já disse o grande inventor Einstein).

Como diz o fundador da Amazon, “Deixe a curiosidade ser sua bússola”.

Obrigada Jeff pela inspiração!

Todos nós temos medo de coisas e de situações novas!

Como professora universitária, vejo a dificuldade dos alunos frente às apresentações em sala de aula ou diante de uma possível entrevista de emprego.  Todos  sentem receio de serem ineficientes  e com muito  medo da análise crítica das pessoas.

Shirzad Chamine (2015), autor de Inteligência Positiva, refere que nosso maior sabotador é o crítico, pois ele te leva a  perceber defeitos em si mesmo e nas outras pessoas, o que gera muita ansiedade, receio, vergonha e culpa. Além disso, o crítico tem uma predisposição de exagerar e supor sempre o pior.  Como somos seres que não gostamos de ser criticados, somente o fato de imaginarmos essa situação, acaba restringindo ou minimizando nossas iniciativas “fora da caixa”.

Nossa criatividade morre com a crítica dos outros, mas principalmente sobre o que pensamos à nosso respeito.  Somos nosso principal carrasco frente às  novas ideias!

Para que elas floresçam, precisamos vencer  o medo de ser diferente, o medo da crítica feita por nós mesmos e pelos outros.

Criar é  pensar sobre formas  diferentes,  perceber  conexões onde outros não a percebem,  “pagar mico”,  não se preocupar, experimentar e errar.

Gosto da ideia de ver conexões, onde outro não a percebeu, mas tenho muitas vezes, medo de ser comparada e ridicularizada com as outras pessoas.

Precisamos ultrapassar o medo e seguir em frente, deixar o crítico de lado e tocar em frente as demandas de nosso dia.

Estou aqui escrevendo esse texto, tendo uma batalha interna com meu crítico para não publicar isso, em nenhum lugar. O meu crítico me diz: “Para que publicar isso? Ninguém vai ler e assim tu não te compromete.” “Guarda para ti tuas ideias e não corre riscos, e por isso que sou assim contigo! Te cuido.”

Não quero ser arrebatada por essas palavras e para tanto preciso fazer meu enfrentamento.

Tenho usado algumas ideias:

  1. Listando os medos e fazendo uma análise “racional” das possibilidades delas realmente acontecerem. Por exemplo: será que as pessoas vão mesmo rir de mim? E se rirem, qual o problema? Todo mundo faz besteira, né….
  2. Pensando no pior que pode acontecer, pois o medo se desfaz quando o enfrentamos, ele diminui, reduz e desaparece.
  3. Lembrando que somente as pessoas que fizeram grandes inovações, erraram, tentaram, se frustraram. Então vai e tenta, para ver o que acontece.

Talvez, o que perdemos quando não nos expomos, é muito maior do que esses medos e criticas.  Quantas vontades  deixamos de lado para não ter enfrentar nossos monstros pessoais.?

Não quero mais ser refém disso… o que posso perder  se não tentar? E se não tentar? Qual  será a maior perda? Fazer ou não fazer?

Vou fazer !

 

( Esse texto foi escrito há um ano. A pandemia me  fez repensar, rever coisas paradas e fazer enfrentamento do meu crítico ).

Monique Callegari

#criatividade #medo#enfrentamento #correr riscos