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Critica segundo o dicionário é

“Análise avaliativa de alguma coisa; ação de julgar ou de criticar: submeteu o livro à crítica do professor. Avaliação negativa; censura ou condenação. “

Perceba que a palavra vem recheada de conceitos negativos que disparam gatilhos emocionais.  Quando se faz uma busca por sinônimos, os resultados são igualmente interessantes: maledicência, julgamento, autopsia, censura, alfinetada, glosa.

A Crítica carrega no seu íntimo questões, que as pessoas detestam que é a avaliação, exame, julgamento, pois ela desperta nossas dores e pode tocar nas feridas emocionais.

Muitas vezes ela vem carregada de “desejos nobres”, muitas vezes, chamado de orientação ou desenvolvimento, mas traz sempre dissabor para quem recebe.  O problema é que “Ela” deseja ser a dona da verdade, a vencedora em uma discussão, pois ela arrasa com o outro, desmonta, mexe nas feridas e faz sangrar emocionalmente.

Ser criticado gera temor, mexe com nossas dificuldades e com a ideia de ser apontado como sem qualidade, sentir-se inadequado e fora do esperado.

A grande questão é que a crítica por si, não muda nada. Criticar, criticar e criticar não modifica o comportamento do outro, apenas o afasta, cria distâncias, recolhimento.  A crítica impede quem recebe, temporariamente de se pensar com clareza, avaliar o que aconteceu, pois ela vai onde é dolorido emocionalmente, o que impede uma recuperação imediata, uma mudança de comportamento imediata

A crítica afasta do objetivo, pois ela afasta as pessoas.

Muitas vezes, quem a faz a crítica não percebe o impacto de sua fala, não consegue avaliar o estrago feito, pois, o criticado engole a dor, sofre sozinho, calado, com receio de que o será descoberto, revelando em suas dores mais profundas.

A crítica desbanca e destrói emoções positivas pois afeta nosso santuário emocional, vem com a força de um tsunami: arrasa com tudo, acaba com o que foi construído com esforço, cuidado e boas intenções, pois ela julga, vomita suas forças e nos impede de reagir momentaneamente.

Quando o criticado consegue engolir, ele rumina suas dores no isolamento de sua mente. Entra muitas vezes num processo de se autossabotar, de inercia frente ao impacto, revivendo sua dor, num looping interminável.

Como evitar esse efeito tsunami?

A crítica nos atinge profundamente quando toca em nossas mazelas, nas nossas dores. Saber e conhecer esses pontos é parte desse processo para evitar um estrago maior. Conhecer minhas feridas emocionais, abre espaço para resolução de minhas dificuldades, o simples fato de conhecer e reconhecer meus pontos a serem desenvolvidos, me possibilita lidar melhor com a crítica e com isso evitar um estrago maior.  O Autoconhecimento e a nossa capacidade de ressignificar podem permitir um bloqueio parcial para a crítica que vem do outro.

 Ao mesmo tempo, apreciar minhas capacidades e minhas habilidades me permite bloquear o poder de uma crítica.

Conhecer o que dispara essas ondas de desorganização emocional é chave para não ser afetados por esse tsunami, que é uma crítica.

Evitar o tsunami não depende de mim, mas posso me preparar para ele, construir minha casa no ponto mais alto (autoconhecimento), ter botes e coletes para não me afogar (apreciação), ter alertas para tsunami (apoio), enfim, preciso estar preparada da melhor forma para não me afogar e sucumbir no mar de críticas.

Por isso, não acredito em critica construtivas.

A crítica tem no seu amago a destruição, pois ela descortina vulnerabilidades e expõe temores, ela não constrói relações.

Quando o objetivo da crítica é melhorar o outro, ajudar, desenvolver a conversa a conversa deve ser de entendimento, escuta, empatia e orientação.  Crítica por si só, não traz melhoria. Aproximação, conexão, perguntas de entendimento são os caminhos para construir e apoiar desenvolvimentos.

Criticar é fácil, difícil é mudar. Aproximação, conexão e afeto tem o poder de apoiar as mudanças e ressignificar sentidos.

Monique Callegari

18/02/2022

#criticas

#apreciação

 

Tenho uma vira-latinha com jeitinho de Pinscher, chamada Gaia que chegou em minha vida no mês de agosto/2020, através das mãos de uma grande amiga. Gaia chegou encolhida, com suas orelhinhas para trás e tinha uma carinha assustada.  Em poucos dias, estava correndo pela casa, comendo os chinelos, rasgando almofadas e com suas orelhinhas empinadas como se fosse voar (as orelhas delas parecem asas …kkk)

Enfim, rapidamente se ambientou e se integrou com a Uli que tem 2 anos, uma vira-lata de porte médio peluda, apesar do tamanho uma delicadeza, muito meiga e comportada.

Gaia chegou para revolucionar o ambiente, agitar a casa com suas patinhas pequenas e suas pernas compridas. Chegou, chegando, na primeira oportunidade cavocou num vaso, comeu um chinelo (já comprei uns 4 pares desde sua chegada) e aprendeu mexer na minha lixeira no escritório, ainda bem … pois suas incursões ao lixo do banheiro foram raras e repreendidas.

Conto as estripulias de Gaia, pois desde o início, se mostrou impetuosa e autoconfiante, sem medo de nada, enfrentando todos os obstáculos com a confiança de que vai dar conta do desafio.  Desde que chegou ela nos enfrenta, late para gente quando quer algo, pula para pegar as coisas, escala móveis se for necessário. Para ela nada tem limite, se ela quer ela vai atrás, ela transpõe todos os desafios, mesmo aqueles difíceis e aqueles que parecem impossíveis aos nossos olhos humanos.

Gaia não tem medo da avaliação dos outros, não fica pensando se vai conseguir ou se vai errar, ela vai e faz. Corre atras de seus objetivos, cria suas oportunidades e não se preocupa com sua “irmã” canina, nem se vai falhar ou se não vai dar conta do recado.

Então, fiquei pensando porque somos tão complicados? Porque não podemos focar no que queremos e tentar até conseguir? O que nos impede?

Pensamos demais sobre as coisas, viajamos demais sobre o que pode acontecer, sonhamos muito e executamos pouco… pois nos limitamos, criamos barreiras, medos e dúvidas sobre as nossas capacidades!

Estamos sempre pensando que as coisas podem não dar certo, que as pessoas podem rir da gente, somos preocupados com o que o outro poderá pensar sobre a gente, enfim … um rosário de desculpas para o não fazer.

Quais as lições de Gaia ?

Pensando sobre essas questões, percebi que desistimos rápido demais frente aos obstáculos que aparecem na vida cotidiana. Acabamos acreditando que não vamos conseguir e desistimos antes de começar, sem ao menos tentar.  Deveríamos fazer como a Gaia que acreditar que pode e faz! Sem medo de errar, de saltar sem saber se pode alcançar, de ficar tentando até conseguir o que quer.  E principalmente ficar observando e aprendendo como melhorar para conseguir.

Todos os dias enfrentamos desafios diários sobre nossos objetivos, que tentam nos tirar do rumo e do prumo e que atrapalham nossos planos. Isso faz parte da vida e das coisas, mas o mais importante é agir como Gaia querer é conseguir! Focar e tentar até alcançar! E roer uns chinelos só de birra para desafiar seus donos…